Haverá algum poder implicito na posse do comando do ar condicionado?
Se não, vejamos...
Todos os dias sou a primeira a chegar ao gabinete, e como normal, a rotina repete-se: abrir a porta, ligar a impressora, pousar as malas, ligar o computador, abrir as persianas, e se está muito calor/frio logo àquela hora, pegar no comando do ar condicionado e ligá-lo para tornar o ambiente habitável.
Ora, este meu procedimento, normal, sem malícia, sem segundas intenções, parece, por vezes, levar algumas pessoas a um estado de cocabichice que faria até o mais santo dos santos entrar em ponto de rebuçado.
O que acontece, é que a minha colega, chamemos-lhe T. (gosto destas coisas de não se dizerem os nomes, com no blog do Luís...LOL!!!), tem um grave problema de autoridade. Compreendo. É uma pessoa com 54 anos (ou por aí), que já trabalha há muito na empresa, viúva, mãe de filha única, habituada a controlar tudo o que está ao seu alcance, com pouca flexibilidade para mudanças.
Assim, esta senhora, fica com formigueiro atrás das orelhas e nas covinhas junto às narinas, quando repara que o comando está na minha secretária e que sou eu que vou decidir quando e como manejar o arzinho agradável vai começar ou parar de nos acariciar. Portanto, e como imaginação, pelos vistos, não lhe falta, a senhora passa por fases em que vejo os trejeitos no seu cérebro enquanto luta contra, mas ao mesmo tempo pensa na forma de conseguir apoderar-se daquele pequeno bocado de plástico.
E lá originalidade tem ela!
A mais usual é mandar imprimir alguma coisa, e, enquanto passa pela minha mesa (na ida ou na volta) largar um audível (e adaptado ao tempo corrente) "Ai, já está a ficar um bocadinho quente aqui, vou só ligar..." e não chega a acabar a frase porque entretanto os olhos já brilham ao olhar para o que possui já nas mãos e que carrega para a sua secretária como se pegasse num recém nascido.
Outra que também lhe é bastante comum é esperar, pacientemente (lol!!!) enquanto vai olhando de soslaio para o bicho, que eu saia da minha cadeirita para ir mandar um fax a um cliente, ou até dar um saltinho à little lady's room, e no momento em que eu fecho a porta levantar-se e apoderar-se do comando. Quando volto, nada como um ar de "não é nada comigo", para compor a personagem.
Hoje, uma meia hora depois de chegar disse, com ar de poucos amigos, que não lhe apetecia vir trabalhar, levanta-se da cadeira e sem sequer dar trabalho ao cérebro de inventar desculpas, pega no comando e enquanto murmura um "tá calor", levar o poder com ela...
Eu sorri, encolhi os ombros suave, involuntária e invisivelmente, e voltei ao meu trabalho, como se nada fosse...
Amanhã, vou escondê-lo...
1 comentário:
It's miiine...
My ooooooooown...
MY PRECIOUUUUUUUUUUUUSSSSSSSS!!!!!!!
Buahahahahahahahahhaha!!!!!!!
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