segunda-feira, 9 de junho de 2008

Aventuras no trabalho - Ar condicionado

Haverá algum poder implicito na posse do comando do ar condicionado?

Se não, vejamos...

Todos os dias sou a primeira a chegar ao gabinete, e como normal, a rotina repete-se: abrir a porta, ligar a impressora, pousar as malas, ligar o computador, abrir as persianas, e se está muito calor/frio logo àquela hora, pegar no comando do ar condicionado e ligá-lo para tornar o ambiente habitável.

Ora, este meu procedimento, normal, sem malícia, sem segundas intenções, parece, por vezes, levar algumas pessoas a um estado de cocabichice que faria até o mais santo dos santos entrar em ponto de rebuçado.

O que acontece, é que a minha colega, chamemos-lhe T. (gosto destas coisas de não se dizerem os nomes, com no blog do Luís...LOL!!!), tem um grave problema de autoridade. Compreendo. É uma pessoa com 54 anos (ou por aí), que já trabalha há muito na empresa, viúva, mãe de filha única, habituada a controlar tudo o que está ao seu alcance, com pouca flexibilidade para mudanças.

Assim, esta senhora, fica com formigueiro atrás das orelhas e nas covinhas junto às narinas, quando repara que o comando está na minha secretária e que sou eu que vou decidir quando e como manejar o arzinho agradável vai começar ou parar de nos acariciar. Portanto, e como imaginação, pelos vistos, não lhe falta, a senhora passa por fases em que vejo os trejeitos no seu cérebro enquanto luta contra, mas ao mesmo tempo pensa na forma de conseguir apoderar-se daquele pequeno bocado de plástico.

E lá originalidade tem ela!

A mais usual é mandar imprimir alguma coisa, e, enquanto passa pela minha mesa (na ida ou na volta) largar um audível (e adaptado ao tempo corrente) "Ai, já está a ficar um bocadinho quente aqui, vou só ligar..." e não chega a acabar a frase porque entretanto os olhos já brilham ao olhar para o que possui já nas mãos e que carrega para a sua secretária como se pegasse num recém nascido.

Outra que também lhe é bastante comum é esperar, pacientemente (lol!!!) enquanto vai olhando de soslaio para o bicho, que eu saia da minha cadeirita para ir mandar um fax a um cliente, ou até dar um saltinho à little lady's room, e no momento em que eu fecho a porta levantar-se e apoderar-se do comando. Quando volto, nada como um ar de "não é nada comigo", para compor a personagem.

Hoje, uma meia hora depois de chegar disse, com ar de poucos amigos, que não lhe apetecia vir trabalhar, levanta-se da cadeira e sem sequer dar trabalho ao cérebro de inventar desculpas, pega no comando e enquanto murmura um "tá calor", levar o poder com ela...

Eu sorri, encolhi os ombros suave, involuntária e invisivelmente, e voltei ao meu trabalho, como se nada fosse...

Amanhã, vou escondê-lo...

1 comentário:

Paulo disse...

It's miiine...


My ooooooooown...




MY PRECIOUUUUUUUUUUUUSSSSSSSS!!!!!!!


Buahahahahahahahahhaha!!!!!!!